terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Léguas-Quilo


I
LÉGUAS-QUILO
Quantas léguas-quilo de jornais devoro
Para emitir duas páginas de um juízo correto?
Quantos meses meço silêncios até que ouvidos captem
A melodia ignota, original, inédita, de um eco?
Quantos países perco nestes pavimentos
Que me cercam e encerram?
De quanta criança me privo por seus amanhãs mais justos
Menos incertos?
II
Quanto chumbo de solidão carrego,
solidão que não peço?
Em que conclaves não me arrisco pensando haver
Caminhos mais retos?
III
A quanto exílio me vetam
Crendo-se o tirocínio certo?
IV
Como montar um filme de vida
Sem reprises de minha imaginação
Tridimensional, espacial, hodierna e pregressa?

Um comentário:

Márcia Leite disse...

Querida Juju, este seu poema, desde a primeira vez que o li, tem sido um companheiro de caminhada.