terça-feira, 4 de novembro de 2008

SÍNDROME - SURTOS - STRESS

Há que vencer as síndromes de fim de ano e voltar ao "ringue" boxeando contra a vontade insopitável de se abandonar à gripe. De mandar àquela parte os trinta por cento que faltam do encerramento dos compromissos, dos esforços, dos trabalhos, das cobranças enterrando sepultando-os como velhos catálogos como velhas listas telefônicas ou endereços antigos.
Esquecer o esvaziamento dos víveres da geladeira os lenços de pescoço guardados nas bolsas vazias, adiar as providências a serem tomadas para tirar novos documentos desaparecidos quando do último assalto dos pivetes dos quais sobrevivemos graciosamente com vida.
Deixar de martelar a falta que nos fazem a imigração de várias capas de borracha de vários guarda-chuvas dos panos de limpeza e de chão de pacotes de papel higiênico e de livros de pastas de pincéis e de alguns textos flanelas tudo vasculhado surrupiado de forma bossal e evidente a me tornar uma pobre demente bem prostrada bem doente fingindo depois que trabalha com algum otimismo entusiasmo confiança descontração. A quem se propôs censurar e vasculhar a tal ponto a necessidade humana ordeno que volte em quádruplo a sua consciência a cheretagem e o farejamento que me impuseram a memória. Saibam que os Campbells não são assim tão moles a destruir quanto eles o almejaram.
Crônica extraída da revista "RenovArte" 2008 - Comemorativa dos 50 anos da Fundação da União Brasileira dos Escritores - UBE