terça-feira, 11 de dezembro de 2012

NATAL DOS ESCRITORES


I
Deixemos este “aqui e agora”
nos redimindo este natal
Provar que nossos encontros foram muito + (mais) somas e glórias do que subtrações afinal

II
Confortados, atentos, virtuais, nossas mentes unidas com nossos livros e volumes sonhemosTornando-nos esperanças de futuro em excelência

III
Assim nossa clã sempre meio difícil, compreendendo verá coroados seus esforços na noite de outro Cristo nascendo Resgatadas nossas memórias lidas relidas manuseadas vendidas

IV

Brilhariam simultâneas com o cometa, as estrelas, José e Maria e os bichinhosEntre reis estaremos como divindades adoradas e incluídas nosso Sabadoyle prolongado num tempo sem finalPor séculos e séculos infindo e ao infinito




terça-feira, 4 de dezembro de 2012

RETRATO DO PASSADO QUE SE ESPELHA EM CACOS NO PRESENTE



CAMINHO DO CORCOVADO


Depois de terceiro assalto senti que erradicaria o mal pela raiz. ADEUS A MALA DA FAMA QUE DURA QUINZE MINUTOS, ADEUS FALAS EM PÚBLICO. Na volta a ambiência inesperadamente surda, muda, fria. Cômodos vazios. Não só vazios, mas atulhados de cada dia mais pensamentos chegados de diversas ideias surgiam e sugeriam mudanças de SALVAÇÃO. Na prática pouco funcionam em eficiência. Cansaço. Adeus esperança nas injeções de adrenalina do exercício do nada sobre coisa nenhuma. Dormir cedo embalada pela novela das oito, acordar maldizendo separar-se... de macios travesseiros . Vegetar por calçadas caçando pão e malditas fantasias severamente podadas pelas locais notícias. O ambiente só mergulhou em saudáveis nostalgias dos tempos “Love and glory” revendo retratos da princesa Grace falecida antes do príncipe Rainer com sua agitada prole. Desfile de barões e de brasões de carrões e de figurões da nobreza europeia. Jóias e plumas enfeitaram as capas das revistas durante o casamento do príncipe Charles com a substituta de Diane, Camilla. Depois do desfile das celebridades de Londres e de Monaco  a volta à Jurassic Park; o cotidiano ressoou animalesco e antidiluviano. Depois foram as semanas dedicadas a Paulo VI e eleição do seu substituto. Já no terceiro mundo depois da terceira queda, depois do terceiro assalto, saio a buscar a esmaecida identidade, da carteira desaparecida ficara eu sem rosto no universo documental da cidade. A cabeça dividida pela praça dos três poderes.
O legislativo as leis tornaram-se silvestre, o executivo impossibilidade de resolver apenas com verdes toda sorte de pressões e carências. E o judiciário as leis poéticas vem debater-se inócuas contra os órgão e compartimentos competentes adequados. Conecto-me então com um passeio de subida ao CORCOVADO, no belíssimo percurso vai o bondinho deslizando entre as brancas estatuarias de deuses gregos que emergem de dentro da densa mata. Nas muitas curvas do trajeto estonteantes sobre a cidade. Musicais, as falas dos poetas ondularam harmonias até o alto crepúsculo. Recupera-se a perda de identidade depois do terceiro assalto, após a terceira queda no terceiro mundo.










terça-feira, 27 de novembro de 2012

PINTOR E SUA AURA




A cidade repleta de seres incompletos
busca alívio do que a fere.
São incêndios, assaltos, tiroteios nossos alimento.
E penetram-nos por inteiro em ofertas.

Por isso a respiração das tintas sobre as telas
volve após seu uso a água que a dissolve e não a expele.
Continuamos eu e a Neize o diálogo das calçadas
Até entranharmos a noite que chega
Conversando: Arte Tépida

Assim conheço sua morada
artista que trabalha, que desliza e que desvela
tornando em ritmo e em oxigênio figurativos os vegetais e plantas
de sua íntima floresta
Depurado desenho entre as molduras as mais severas
chegando ao pontilhismo e ao abstrato
delimitando fibra e flora em sintética forma geométrica.
E Neize e sua arte agora de braços dados caminham
A pintora destarte sua aura evolução sendo:
SUA SINTESE, SUA CONQUISTA, SUA RESTEA LEVE,
SEU PROGRESSO SUCESSO

terça-feira, 24 de abril de 2012

SEGUINTE


Se a véspera foi de festa, o dia que se segue, poderá se tornar apenas estrídulo, nessa caquética perfuração estéril. Valerá a concentração? A tentativa da melopeia. Sobre feridas latentes? Perigos abertos? Silêncios admitidos enfim confessos? Admitindo-os como: medo invencível, estrebuchar de fera velha sem eco, no deserto? E só enxergar a verticalidade nas pirâmides dos prédios? Achemos outro encadeamento sem tropicalismo mesmo que seja num exercício: um correr na praia, seguir no calçadão o desenho até a areia, um perseguir atletas e campeões em descontração, centrar lembranças de tempos e imagens em captação!
Re-soprar bolhas e bolas imaginando novas ilusões.Parando nalgum quiosque, saboreando a cervejinha e: Ordená-la, condicioná-la, evaporá-la, dissorá-la,fazendo-a chegar: à Canção.

sexta-feira, 30 de março de 2012

PORTO SEGURO


Encontro de livro (póstumo), mas novo
de João Cabral e sua secura, tátil e segura,
Que nos devolve respiração
encontro, calma, estudo múltiplo

Achados em seu livro de poemas:
Simetria, beleza, matéria, muita,
Ainda inédita. Lubrificando-nos de sua garra,
Tornando-nos videntes, visuais, iluminadas
Sem escuro
Estimulando-nos até as próximas
“Paisagens com figuras”

Trazidas desde já há Três viagens
De espectador, sem direito a desenhos
Ou vislumbres,
Tornem-se assim mesmo proveitosas
Afirmações, desenhos, luz pro futuro

Provando que o belo mais o bom,
Vencendo o óbvio e os mistérios obtusos
São como a quebra do mar
sobre as areias
Azul que não azula
Clareia, ressoa, irriga, é “o tudo”

Reouvir, praias coqueiros
sua visão: resumo, indulto,
É a linguagem o descanso contra os acúmulos
Sua música: é quando o medo calou-se
É lápis, é ritmo, é música, são noturnos.