quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"O Souza"

Ontem perdi um jornal que guardaria em meu arquivo. Bem em cima de uma máquina de Xerox. Lembro disto agora frente a folha em branco que precisa ser preenchida já. Agora. Visceral preguiça de reprocurá-la. Muito bem se achar a perdida. Se não achá-la, melhor ainda. Exercito meu desapego, talvez alguém descubra quão difícil é o convívio do poeta natural, com a redatora ocidental. Acidental. Folheio Bandeira. Encharco-me salutar e vegetativa de seu transbordante impulso vital. Linhas que nos irrigam, restauram, surpreendem sempre. Até hoje. Até hoje dão-nos infinitas bandeiras. Infindáveis alegrias. Acima tuberculoses, doses, neuras, chorosas notícias, guerra. Concretizaram harmonias, melodias, musas, chaves, risos, santas, assassinos, meninos e política. Sobrenaturalmente. Regional e universalmente tenho para mim que só há uma resposta para tanta vida. Não ter deixado que ninguém, nunca nem nada sufocasse complexíssimo seu animal. Respirando natureza. Transfigurando, cinzelando, depurando seu bicho. Legando-nos finíssima a teia de seus acordes, seu teclado, seu riso – sorriso, seus soluços, suas traduções. De autores e autoras, de homens afinal. O Manuel. O Souza. O Bandeira. POETA IMORTAL.

Nenhum comentário: